Novo plano diretor do estado terá como uma das prioridades o uso de bicicletas e o transporte a pé
Alana Gandra, da AGÊNCIA BRASIL
Rio de Janeiro: 33% da matriz de transporte é feito a pé
Rio de Janeiro - O Plano Diretor de Transporte Não Motorizado do estado do Rio de Janeiro começou a receber hoje (3) críticas e sugestões da sociedade fluminense. A minuta do plano foi apresentada a representantes de prefeituras, organizações não governamentais e universidades no 1º Seminário Técnico do Programa de Transporte Não Motorizado, promovido pela Secretaria Estadual de Transportes.O plano deverá estar concluído até o fim do primeiro semestre, informou à Agência Brasil o coordenador do Programa de Transporte Não Motorizado do governo do estado, Mauro Tavares.
O plano diretor está sendo elaborado por um consórcio, vencedor da licitação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), integrado por empresas com vasta experiência em planejamento cicloviário mundial. Entre elas, estão a canadense IBI Group, a brasileira Logit e a norte-americana ITDP. O objetivo é melhorar a mobilidade urbana em todo o estado, abrangendo as condições de locomoção de ciclistas e pedestres, a partir da garantia de maior segurança aos cidadãos.
“A proposta de um plano diretor é que ele se torne diretriz de atuação do governo do estado. E, a partir daí, tem proposta de incentivo ao uso da bicicleta. Tem diversas ações no sentido de divulgação, conscientização, treinamento”.
O interesse crescente por esse tipo de transporte sustentável está atrelado também à questão climática, visando a reduzir emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, comentou Tavares. “A gente tem que trabalhar para a questão da descarbonização do sistema de transporte. Eu acho que é o grande caminho. É o nosso futuro para reduzir os impactos ambientais”.
Tavares afirmou que essa é a aposta da Secretaria Estadual de Transportes, ao assumir essa iniciativa junto com o BID. “A gente entende que a bicicleta e o deslocamento a pé, que hoje são um percentual importante na matriz de deslocamento de transportes no nosso estado, têm que ser vistos dentro de políticas públicas”.
De acordo com dados do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), os deslocamentos a pé representam hoje 33% da matriz, enquanto os deslocamentos com bicicletas, apenas 3%. “Nós estamos trabalhando para, até 2016, ter um aumento de 25%. Com isso, a participação modal da bicicleta passaria para 4% e o deslocamento a pé aumentaria 10%, passando para 37% no estado”, observou Tavares.
Ele destacou que andar de bicicleta já é um procedimento adotado na maioria dos 92 municípios fluminenses. “O que falta, efetivamente, são políticas públicas de incentivo a esse modo de deslocamento”. Segundo Mauro Tavares, as prefeituras se mostram interessadas no tema e estão abertas a propostas.
O Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a elaborar um programa de transporte não motorizado. O projeto fluminense poderá servir de modelo para outras unidades da Federação.
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, o uso de bicicletas cresceu cinco vezes na cidade do Rio de Janeiro nos últimos 15 anos. A malha cicloviária do município tem atualmente 150 quilômetros. A promessa do prefeito Eduardo Paes é dobrar esse número até o fim de 2012. “E o Rio de Janeiro, que é hoje a segunda malha cicloviária da América Latina, vai se aproximar da primeira, que é Bogotá, na Colombia”, afiançou Tavares. A secretaria estima levantar a malha cicloviária de todo o estado até o final deste ano.
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